Por onde anda: o clipe do Word

A vida não é fácil para um clipe de papel. Apesar de exercer uma importante função na sociedade contemporânea, sua existência quase sempre passa despercebida aos nossos olhos. Um clipe pode manter a união de um documento histórico de papel durante anos, até enferrujar e contaminar alguém com tétano. Ou, pode ser destruído rapidamente. A segunda opção é mais comum. Difícil entender porque, mas o clipe provoca um desejo latente de destruição na alma humana. Sua imagem é da impermanência.

I help Dead People
A vida de um clipe de papel sorridente, com olhos e sobrancelha é ainda mais difícil. É o caso do Clippy, que durante anos ocupou o cargo de assistente do Office da Microsoft. Sua existência foi marcada por ofensas aleatórias, tentativas de assassinato e infartos provocados. E o pobre clipe prosopopéico apenas queria ajudar.

Com a popularização dos computadores pessoais no final do século XX, mais pessoas passaram a ter acesso aos recursos que a modernidade oferecia. E como era de se esperar, mais pessoas começaram a fazer merda. Pensando nisso, Bill Gates resolveu montar uma equipe de profissionais gabaritados para ajudar as pessoas. Essa equipe tinha um cachorro, um gênio, um mordomo e, claro, o Clippy.

Líder da equipe, ele sempre se colocava a disposição dos usuários do Office. Estava sempre disposto a lhe dar um bom dia, dispunha de uma fidelidade canina. Teria tudo para fazer sucesso, ser uma celebridade. Mas, não foi assim. Sua voluntariedade irritava as pessoas. Se você colocava uma data no começo do texto ele perguntava “você está tentando escrever uma carta? Quer uma ajuda para escrever uma carta? Você sabe escrever?”. As pessoas acabavam por responder “vai a merda! Ninguém te perguntou”.

Mas o Clippy não se abatia. Ele continuava perguntando as suas razões, o porque você fazia aquilo, se você queria ajuda. Se você era um poeta, se você ingeria fezes, se você estava grávido. Ele pensava ser mais do que um ajudante, ele se sentia um psicólogo particular. As pessoas logo começaram a fechá-lo. E claro, para irritar ainda mais, ele perguntava se as pessoas realmente queriam fazer aquilo.

Uma pesquisa encomendada por Bill Gates em 2007, avaliou o desempenho do Clippy. Os pesquisadores constataram que ele era odiado por 97% da população mundial, que ele estava dinamitando o império de Bill Gates lentamente e que o consumo de fluoxetina triplicou no mundo, desde o advento do clipe.

Clippy acabou despedido. E teve um fim comum a vários clipes de papel do mundo.

Vala Comum de Clipes

Senadores resolveram criar um memorial em sua terra natal. Infelizmente, ele não possuía uma terra natal. Um triste fim.

Comentários

AteuConsciente disse…
eu ggosto dele, mas ele poderia voltar pra criaanças aprender, ele ttem q toranar para a fase infantil educativa, readimitem ele ñ para os usuarios sabidos como eu, mas q ensine o.pequeno novo usuario a se interar com esse mundo incrivel de informação. welerson de oliveira no face e g+ .