O Silêncio e como ocupá-lo

Nota: se você procura pelo jogador de vôlei conhecido com Silêncio, nós não iremos falar sobre ele. Se você quer saber como ocupá-lo, creio que devia ser melhor perguntar para ele sobre o que ele gostaria de fazer.

O silêncio tem um quê de mistério, diria Djavan. Olha ao seu lado. Falo sério, olhe ao seu lado. Você verá que existem muitas coisas que podem fazer barulho. Com esta variedade de objetos barulhentos é quase impossível imaginar que o silêncio possa acontecer. Mas, de vez em quando ele acontece. Faz-se o silêncio. E pode ser terrível.

Não, não falo aqui do silêncio do alto de uma montanha, no fundo do mar ou dentro do seu banheiro. Falo do silêncio repentino.

Existe a situação clássica das salas de aula. Está aquela bagunça homérica. Pessoas gritam, conversam, dançam macarena. Ao fundo, o professor de economia tenta explicar um conceito desinteressante de economia (interessante notar que professores de economia normalmente lecionam economia). Os alunos só ficariam em silêncio se o professor puxasse um 38 e atirasse pro alto.

Mas, de repente o silêncio acontece. Um silêncio total. Ou, quase total. Porque uma voz escapa solitária afirmando “seu filho da puta”. Uma voz solitária, que terá que enfrentar sérios problemas em sua vida.

Você já presenciou uma situação dessas. Diria que é um milagre, um milagre maldito talvez. Mais de vinte pessoas conversam e todas param ao mesmo tempo. O silêncio poderia ser gradativo. Mas, não é total e espontâneo. Quais são as chances de que isso ocorra? Deve ser a mesma de ganhar na mega-sena e ser atingido por um raio na seqüência. Mas acontece todos os dias.

Não há o que fazer neste caso. Não há prevenção, não há escapatória. There’s no surrender. Restar torcer para que isto não aconteça com você.

Mas existe outro silêncio, sim existe. O silêncio pode ser classificado por tipos definidos pela silenciologia. E este próximo silêncio tem solução.

Sabe quando cinco pessoas conversam animadamente, por horas? Há um momento em que o assunto se esgota e ninguém tem mais nada a dizer. Silêncio. Ninguém engatilha outro tema e mesmo se alguém dizer isso, não haverá empolgação para continuar. O destino é o silêncio. O silêncio consumiu as almas dos mortais. Mortal e constrangedor. O que fazer? Eis algumas soluções:

- Ir ao banheiro. Uma solução covarde, diria eu. Os outros ficam no silêncio e você escapa. O problema é se, ao voltar, as pessoas estiverem conversando. Você verá que o problema era você.
- Fingir que matou uma mosca, com um tapa ou com uma mordida. Pode ser substituído por um imitar de grilo. Uma solução babaca, mas que pode fazer sucesso.
- Ligar a televisão. É uma decisão. Significa algo como “ok, não temos o que conversar, vamos ver televisão”.
- Puxar uma revista de palavras cruzadas. Aproveite o silêncio e peça ajuda para a questão: “escritor inglês, sobrenome começa com W”.
- Comentar “gente, que silêncio!”. Você receberá desanimados “é” como resposta.
- Anunciar que você é gay. Pensando bem, não é uma boa idéia.
- Sugerir brincadeiras lúdicas, como a brincadeira do copo, roleta russa, verdade ou desafio.
- Sugerir aos amigos: “ei, porque não entramos no Blog CH3. É um blog com muitos assuntos interessantes, que com certeza vai nos ajudar nesta tarde!”.
- Explodir uma bomba.

Comentários

Anônimo disse…
Lembrei do silêncio que acontece no Chaves.

Toda aquela balbúrdia e de repente, "É que o seu madruga..."