Motivos para Guerra Civil (3)

Música em locais públicos

Esta é uma cena que todo mundo já viu. Você entra no ônibus e lá está um aluno de algum colégio escutando música em alto volume. Não, o individuo não usa fones de ouvido! Este criminoso age em plena luz do dia, com suas caixas de som! Escutando a sua música ruim! Um fone de ouvido custa menos de 20 reais, mas o cara acha que pode ouvir música alta! E nós cidadãos que pagamos nossos impostos, como é que nós ficamos? (Um dragão entra no recinto e atira sete vezes contra a cabeça do Datena).

Esta cena, exceção feita ao dragão é muito associada aos veículos de transporte coletivo. Mas, essas pessoas, pessoas que escutam música sem fone de ouvido, agem em outros lugares públicos. É possível presenciar a terrível ação destes meliantes em praças, ruas, shoppings centers e Expoagro. O caso da feira agropecuária é um incrível caso em que milhares de pessoas escutam música ruim coletivamente.

Como negociar com essas pessoas? Como negociar com aquele estudante que escuta I Gotta Feeling no ônibus das 20 horas? Como essa música resiste por tanto tempo? Você dificilmente conseguirá fazer com que ele entenda o seu manifesto por escrito. Seria preciso formar comissões diplomáticas. Seria preciso que a ONU interviesse.

Não restará outra solução. Apenas partir para o confronto físico. As pessoas de bem deverão partir para cima de quem escuta música no ônibus. Poderíamos apenas forçá-los a usar fones de ouvido. Mas isso não será suficiente. A paz futura não será suficiente para aliviar as agruras do passado. É preciso derramar o sangue dos infelizes para reparar os danos.

Fomos a um ponto de ônibus. Fizemos sinal para a linha 609 e entramos lá dentro. Logo encontramos. O estudante Rogerveson Moura estava à paisana. De dentro da sua mochila ecoava um hit dos Avassaladores cantado pela banda Calypso. Ao seu lado, dezenas de pessoas mostravam o ódio em seus olhares. Trabalhadores, donas de casa, cidadãos e cidadãs que queriam paz.

Perguntei a Rogerveson porque ele tinha esse nome escroto. Ele não me respondeu. Perguntei porque ele não usava fones de ouvido. Ele não me respondeu. Perguntei o que ele tinha achado do jogo do Flamengo. Ele me disse que Ronaldinho jogava muito.

Sugeri a Guerra Civil para os impacientes do ônibus. Eles logo aderiram a solução. Quebraram os bancos, seqüestraram o motorista e atiraram cartões de transporte sobre Rogerveson. Assustado, ele desceu do ônibus. A Polícia chegou e prendeu os revoltosos. Sim, eles foram para a cadeia, mas pude perceber um semblante calmo. De quem sentia a justiça, de quem percebia que a batalha apenas começava.

Comentários

Anônimo disse…
tem sempre um desgraçado p ouvir funk nessas caixas de som... malditos camelôs