Fábulas Infantis

As velhas e tradicionais fábulas infantis. Os contos de fadas. Fadas contam histórias? É o que dizem. É claro que nossos olhares infantis nos dão apenas uma visão superficial da história. Não percebemos toda a maldade por trás daqueles príncipes, bruxas e animais falantes. Não percebíamos, aliás.

Chapeuzinho Vermelho: Chapeuzinho Vermelho é uma jovem que gosta de passear em um bosque, com roupas mínimas, sob o pretexto de levar doces para a sua avó. Lá, ela atraiu os olhares de um lobo pedófilo, que bola um plano pra traçar a menininha. Como não tinha escrúpulos, ele come, no sentido fisiológico, a avó. Inteira. Que sistema digestivo esse lobo tem.

Ao chegar à casa da avó, chapeuzinho se depara com o lobo crossdresser. Talvez fosse por retardo mental que chapeuzinho não percebesse que aquilo era um lobo, ao invés de uma avó. Mas, nós pensamos que na verdade ela era uma biscate, interessada no lobo. Começa então aquele jogo de sedução “Que olhos grandes heim vovó” – “É pra te ver melhor”. Só que chapeuzinho se assusta com o tudo que era grande no lobo e sai correndo. Um grupo de caçadores vê a cena e abate o lobo a tiros. E ainda retiram o cadáver da vovó-zumbi de dentro do estomago. Todos se abraçam com a avó gosmenta.

Branca de Neve e os Sete Anões: Graças a magia negra, a bela Branca de Neve nasceu albina. O que provocou a ira de uma rainha esquizofrênica que conversava com um espelho. Perseguida, Branca de Neve busca asilo político numa comunidade alternativa de anões. Em troca do seu ingresso, ela presta os mais diversos favores para os anões.

Só que notícias correm rápido. A rainha descobre o lugar onde Branca de Neve vive e dá uma maçã batizada pra garota que desmaia. Os anões já preparavam o funeral – que, notem, não era em um caixão branco, o que diz muito sobre a rotina dela e dos anões – quando um príncipe passa por lá, beija Branca de Neve, a acorda e faz com que ela viva feliz para sempre com ele. Claro, existe a possibilidade de que essa história só tenha acontecido dentro da cabeça da rainha esquizofrenica.

A Bela Adormecida: Aurora vivia sob uma maldição: ao completar 16 anos, espetaria o dedo e adormeceria. Os negligentes pais, pagaram pra ver, ao invés de trancarem a menina no dia do aniversário dela. E se ferraram, porque a menina realmente espetou o dedo. Mas não tinha problema. Bastaria um beijo de um príncipe, que tudo ficaria bem. Foi só contatar o sindicato dos príncipes e resolver a situação.

Rapunzel: Uma bruxa manteve Rapunzel em cárcere privado, no alto de uma torre. A única maneira de chegar até lá era escalando os longos cabelos de Rapunzel. É claro que um príncipe descobriu isso e foi até lá. Subiu por suas tranças e tomou um susto quando percebeu que não eram apenas os cabelos de Rapunzel que não eram cortados. Ele nunca mais voltou.

Os três porquinhos: O lobo mau queria comer um torresminho. Foi na casa do primeiro porquinho que era feita de palha e a derrubou. O primeiro porquinho fugiu para a casa do segundo porquinho, feita de madeira. O lobo também a derrubou, pasmem, com seus pulmões. Os dois bateram em retirada para a casa do terceiro porquinho, feita de cimento e tijolo. Como o lobo não tivesse um trator, desistiu e foi para o bosque atrás de ninfetas.

Os três porquinhos viveram felizes para sempre na casa do terceiro porquinho, que outrora era ridicularizado por perder tempo na construção da sua casa. Moral da história: Não faça seus trabalhos. Sempre vai ter alguém que vai faz o trabalho duro e acaba te ajudando.

João e Maria: Os pais das crianças não tinham mais dinheiro para manter os dois. Porque? Porque o danado do João ficava esfarelando o pão pela floresta. João e Maria foram abandonados na floresta, uma prova da ausência do poder público.

Os dois vão parar na casa da bruxa pedófila. Ela resolve engordar os dois, antes de comê-los – algum fetiche dela. Só que ela era uma estúpida, que não consegue perceber que aquilo era graveto ao invés de um dedo. Burra como uma pedra, ela ainda acabou torrada dentro do forno. As crianças fogem e retornam obesas para casa. Para a tristeza dos seus pais.

E logo, um dia, quem sabe, talvez, voltaremos com mais histórias e abordagens marxistas.

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