O importante é que emoções

O tempo passa rápido. Palavras, expressões, hábitos de uma geração se tornam coisas do passado com uma velocidade cada vez maior. Aquilo que era normal há pouco, hoje parece coisa de outro mundo. Nossos tataravôs vivam a incrível sensação de andar numa carroça. Nossos pais a de mudar o lado do vinil. Pois hoje em dia, experiências de 10, 5 anos, já ficaram para trás.

O disquete vai funcionar? Você salvava a apresentação em Power Point com fundo de mar no disquete. Chegava na aula e o disquete não abria. Salvava em dois disquetes e os dois não funcionavam. Estatísticas apontam que 78% dos disquetes não funcionavam em momentos cruciais. “Grava em CD!” você pensa. Eles custavam pelo menos R$ 2,50. Pen Drives ainda demorariam 3 anos para aparecer, tinham 128MB de espaço e custavam uma fortuna.
A internet vai conectar? Você abria o seu discador. Digitava o nome de usuário e senha. O barulho começava. Um barulho infernal que a casa inteira escutava. E... falhou. Depois de algumas tentativas, você conseguia. Mas logo caia. Era lento e era caro. A internet já foi discada. E, acreditem, só no ano passado 997 pessoas entraram no CH3 assim. Inclusive na Europa.

Assistir o Cine Prive. Sábado à noite você ia para a cama, mas ficava acordado esperando que todo resto da casa fosse dormir. Quando esse momento finalmente chegava, você ligava a TV na Bandeirantes e lá estava: Emmanuelle. Ou outros similares. Filmes bestas, alguns podiam passar até na Sessão da Tarde. Mas seu coração batia forte com medo de ser pego nessa situação. Seus ouvidos atentos como nunca, a TV no mudo e uma dúvida cruel: o que aqueles velhos conversavam no avião?

Assoprar o cartucho. As fabricantes avisavam que aquilo não devia ser feito, porque era ineficaz e podia estragar o produto. Você da era do videogame de CD e Blu-ray nunca vai experimentar isso. O cartucho não estava funfando, você assoprava. E o pior é que, apesar das contra-indicativas, sempre funcionava!

Ver se as fotos ficaram boas. Vai lá na loja de fotos pegar o filme revelado. Uma tensão. Droga, a foto com todo mundo na varanda queimou. Mas a foto do parabéns ficou muito boa. Droga, um dedo na frente e o vovô ainda piscou.

Abrir espaço no e-mail ou no HD. Foi um espaço bem curto na história da humanidade. Lá por 2003, 2004. Muitas pessoas ainda não tinham entrado na internet, só a conheceram a partir da era do espaço ilimitado. E antes, quando o HD tinha espaço de 2GB? Menor que um DVD. E os e-mails tinham limite de 6 megas, mal dava para uma mp3. Isso porque era o Yahoo, maior espaço. Chegava uma hora que o espaço acabava e você tinha que fazer uma limpeza. Os arquivos da lixeira, os arquivos temporários, arquivos da internet. Até uma hora em que assim mesmo, não tinha espaço. E no e-mail? Sempre tinha um sacana que mandava um slide gigante e entupia sua caixa.

Eu vivi, bicho.

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E o CH3 chegou no Facebook. Sim, já faz algum tempo. Mas você que não sabe, pode clicar AQUI e curtir a gente.

Comentários

Adérito Schneider disse…
Sou do tempo que trabalho era apresentado em cartolina e prova era mimeografada. E eu montava minhas próprias seleções nas fitas k7.
Gressana disse…
Eu sou do tempo das festas em que ficavam meninas do lado e rapazes do outro, e tocava música lenta (provavelmente Cranberries) enquanto os casais dançavam colados.
E naquela época tínhamos a cara cheia de espinhas era difícil conter as ereções, então dá pra imaginar o constrangimento.
gabi disse…
Eu pesquisava meus trabalhos de dez paginas na Barsa, os escrevia à mão e, não satisfeita, passava tudo a limpo.
Ok, também vi alguns Emanuelles ...