História da Copa do Mundo, parte 3

As copas de 1962, 1966 e 1970

Dessa vez o Brasil estava confiante. A base do time campeão em 1958 iria disputar a copa de 62, no Chile. Com Pelé e Garrincha no elenco o título estava garantido.

E a estréia foi animadora, 2x0 no México do lendário goleiro Carbajal, que detém ao lado do alemão Lothar Matthaus o recorde de cinco participações em Copa do Mundo, nas quais ele conseguiu ganhar apenas um único jogo. Os gols foram marcados por Zagallo e Pelé. Os problemas começaram no segundo jogo. Empate em 0x0 com a Tchecoslováquia e Pelé com uma lesão muscular fora da copa. Ele foi substituído por Amarildo, que marcou os 2 gols na vitória sobre a Espanha. Vitória polêmica aliás a Espanha teve um pênalti não marcado a seu favor e um gol legítimo de bicicleta do agora espanhol Puskas foi anulado.

Enquanto isso, a Argentina era eliminada na primeira fase, o Chile avançava a base da porrada e o colombiano Marcos Coll marcava um incrível gol olímpico contra a União Soviética.

Após eliminar a Inglaterra nas quartas de final, o Brasil enfrentou os chilenos na semifinal. A essa altura Garrincha já vinha carregando o Brasil nas costas. Num jogo tenso o homem de Pau Grande (distrito de Magé) fez mais dois gols e o Brasil ganhou por 4x2. Na outra semifinal a Tchecoslováquia derrotou a Iugoslávia num duelo de países que não existem mais.

Na final, o maior jogador tcheco da história, Masopust abriu o placar. Mas, com gols de Amarildo, Zito e Vavá o Brasil virou o placar e garantiu o bicampeonato mundial. Euforia nacional.

1966
Agora o Brasil estava mais do que confiante. Convocou 44 jogadores, porque haviam jogadores bons demais aqui. Mas no fim acabou por levar a base bicampeã do mundo, com jogadores bem, mas bem experientes (pra não dizer "velho"). Garrincha a essa altura já era um jogador decadente, alcoólatra e com os joelhos estourados.

O Brasil até estreou bem nos campos ingleses com uma vitória contra a Bulgária. Mas, depois, duas derrotas contra Hungria e Portugal eliminaram o Brasil da competição. Pela primeira vez, o atual campeão caia logo na primeira fase. Os húngaros inclusive, tiraram Pelé do torneio a base de porrada.

E os portugueses foram a sensação do torneio. Com um time cheio de moçambiquenhos no time, os portugueses foram ganhando todos os seus jogos, inclusive uma virada sensacional contra a Coréia do Norte (que havia eliminado a Itália na primeira fase. Os italianos voltaram para casa sobre uma chuva de tomates) que havia saído na frente por 3x0. Eusébio marcou 4 gols e o jogo terminou 5x3. Mas os portugueses foram eliminados pela dona da casa.

A Inglaterra enfrentou a Alemanha na final. Helmut Haller abriu o placar, os ingleses viraram, mas no último minuto Wolfang Weber voltou a empatar o jogo e levou o cotejo a prorrogação. Geoff Hurst marcou o terceiro gol inglês numa bola que não entrou e no último minuto do jogo, Hurst marcou o quarto gol que selou o primeiro, único e polêmico título inglês. Curiosidade: até então, em todas as finais de Copa do Mundo, o time que marcou o primeiro gol perdeu o jogo.

1970
Os brasileiros não estavam confiantes, mas a seleção nacional havia montado uma grande equipe para disputar a copa do México. Gérson, Jairzinho, Pelé, Rivelino e Tostão faziam o quinteto ofensivo da equipe. E o Brasil conseguiu um feito, foi a primeira seleção a ser campeã ganhando todos os seus seis jogos disputados.

Tchecoslováquia, Inglaterra e Romênia foram batidas na primeira fase. O Peru caiu nas quartas de final e na semifinal foi o jogo contra o Uruguai.

Brasil, Uruguai, Itália e Alemanha foram os quatro finalistas. Três seleções bicampeãs na disputa, eram grandes as chances de haver uma tricampeã, que levasse em definitivo a posse da taça Jules Rimet.

O Uruguai saiu na frente do Brasil, renascendo a uruguaifobia que o Brasil mantinha desde 1950. Mas no final do primeiro tempo Clodoaldo marcou seu único gol com a camisa da seleção e levou o empate para o vestiário. O jogo seguiu tenso até o final, Pelé quase marcou dois gols antológicos. Mas aos 31 do segundo tempo Jairzinho virou a partida e no final Rivellino garantiu a vitória.

A outra semifinal entre Alemanha e Itália é conhecida como a maior partida da história do futebol. Os italianos venceram por 4x3 na prorrogação, num jogo cheio de viradas e que imortalizou Beckembauer, o Rambo dos gramados. Ele atuou boa parte da partida com uma clavícula deslocada.

O fato de o Brasil ter aberto o Placar na final, era um mau sinal pela história das copas. E pra piorar a Itália empatou numa falha grotesca de toda a defesa brasileira. No entanto, os italianos morreram no segundo tempo e o Brasil passeou, vencendo por 4x1 e conquistando a taça Jules Rimet em definitivo.

Taça Jules Rimet que depois foi roubada e transformada em pulseirinha. Não do sexo, porque seria difícil quebrar uma pulseirinha de ouro.

Comentários

Anônimo disse…
Cara, já comentei aqui uma vez (passado não muito distate), e volto a dizer: fico embasbacada como você consegue ser tão criativo para falar de coisas tão "esdrúxulas"...rs. E como escreve bem! Me tornei sua fã!Sempre que bater aquele estresse de tarde no trabalho, virei me refujiar nos seus posts.
Só + uma sua admiradora, de uma sociedade nada secreta.
E-mail: annebelo@hotmail.com