Dia mundial do vem vamos embora

Acho que a culpa é da internet e da integração mundial que ela promove. Se há 20 anos você quisesse combinar alguma coisa com uma pessoa do Japão, do tipo, passar um dia comendo apenas arroz, seria uma dificuldade. Você teria que ligar para a pessoa, combinar horários e... reunir um grande número de pessoas dispostas a realizar essa tarefa seria um problema. Você teria que ir atrás das pessoas.

Era difícil ter essa simultaneidade. Hoje com a internet e as comunidades de relacionamento virtual, as coisas são mais fáceis. Você pode lançar uma coisa na internet, divulgar aleatoriamente e as pessoas poderão ficar sabendo, sem que você saiba que elas sabem. Existem aqueles casos do flash mob. Consiste em um bando de desocupados que marcam, por exemplo, ir as 15h45 no semáforo do shopping e enquanto atravessam a rua gritar “Urra!”. Eles vêm do nada, fazem o ato e somem do nada. Quem observar aquilo vai entrar em estado de “que porra é essa?”.

Esses eram, claro, atos bizarros e que não traziam nada de útil para a sociedade. Você pode até dizer que o objetivo era intervir no espaço urbano. Mas, isso não tem tanta importância assim.

As pessoas começaram então, a usar a internet para fazer outros atos do tipo, só que bem maiores. Teve o histórico caso das pessoas que iriam pular simultaneamente em tal hora do dia, para mudar o eixo da terra é com isso diminuir o aquecimento global. Tivemos ontem a hora do planeta, hora na qual todos deveriam desligar suas luzes para refletir sobre o aquecimento global, também.

É capaz de que várias pessoas tenham se sentido arrepiadas ao olhar a janela do vizinho e ver que ele estava com a luz apagada. Os barulhos dos interruptores sendo desligados foram o eco da nação imaginada. Certo que ninguém se emociona ao ver que a cidade está escura porque a luz acabou. Mas, enfim.

Esses são exemplos mais simpáticos. O que me motivou a esse post, o que me suscita as mais variadas dúvidas são os “dias mundiais sem...”. Você já deve ter visto, essas coisas vivem aparecendo nos TTs do Twitter. Primeiro foi o Dia Mundial sem carro. Dia no qual as pessoas deveriam assumir seu lado masoquista e ir trabalhar em ônibus ainda mais lotados, ou talvez a pé, num treinamento para maratonista. Ou, quem sabe, de bicicleta. Aqueles que sobrevivessem ou que não passassem mal com o esforço ganhariam estátuas.

Veio então o Dia Mundial Sem Carne. Ai eu parei. O que mudaria na vida de alguém, ser vegetariano por um dia? Vi uma frase no Twitter que é a que melhor resume essas manifestações. Em uma livre adaptação era algo como “Esses dias estão para a consciência ambiental, tal qual a Copa do Mundo está para o patriotismo”.

Mas bem que poderiam existir outros dias assim. O Dia Mundial Sem Sexo, que renderia muitas piadas de pessoas que já costumam a viver assim. O Dia Mundial Sem Futebol, que já é conhecido como “segunda-feira” ou até mesmo o Dia Mundial Sem Música Sertaneja, que para mim seria conhecido como “o dia mais feliz do ano”.


E você, tem alguma sugestão de “Dia Mundial sem alguma coisa”? Quem sabe nós não o colocamos nos TTs.

Comentários

Gressana disse…
Eu não apaguei minhas luzes na hora do planeta, eu sou mau.

Eu sugiro o dia mundial sem Twitter, aí quero ver.
Ou melhor, sendo mais radical, o dia mundial sem internet. Quero ver uma alma viva conseguir fazer isso. Hehe.
Zequias Nobre disse…
Que tal um dia mundial sem post no CH3? haushuahsuasu