Uma pequena ajuda

Por mais normal que seja a função de atender ou prestar uma ajuda a alguém, existem situações em que elas são completamente embaraçosas ou irritantes. Citemos algumas delas.

Ir ao subway pela primeira vez é um pouco constrangedor.
- Boa noite vocês já conhecem os restaurantes Subway?
- É... não.
- Sua primeira vez aqui?
- É... sim.
- Sabem como funciona?
- É... não.
- Então, você escolhe os seus ingredientes e monta o seu próprio sanduíche.
- Certo.
- ...
- Mas que ingredientes são esses?
- Ah sim. Começa pelo pão. Você quer de 15 ou de 30?
- Ahn?
- 15 centímetros (gesticulando falicamente) ou 30 centímetros.
- Ahn... 15.
- Ah, vai me dizer que você não agüenta 30. Você tem cara de que agüenta.
- Hehehe, não. 15 mesmo.

Ir em um laboratório para fazer exames de sangue, urina e fezes.
- Então, você trouxe o material, as fezes, a urina?
- É, não, as fezes não.
- Tudo bem. Vou deixar pendente aqui, depois a qualquer hora você pode trazer suas fezes para a gente.

Passadas algumas horas você finalmente vai levar o “material”.

- Oi é... eu vim aqui trazer um material que... que tá faltando.
- Certo, entrando pela porta, segunda janelinha a esquerda.

- Oi, vim trazer um material.
- Ah, você trouxe suas fezes?
- É... sim.
Você entrega e ele coloca um selo no potinho enquanto várias pessoas estão ali junto da merda que você fez. Imagina-se que um coprófago jamais poderá trabalhar em um laboratório desses. Senão o diálogo seria:
- Você trouxe suas fezes?
- É... sim.
- Hmm, que delícia. Digo, que bom.

Pedir ajuda na rua pode ter algumas complicações. Acontece quando a pessoa não quer ajudar. Você passa e vê a pessoa saindo da sua casa.
- Oi, você podia me informar onde fica a padaria?
- Desculpa, eu não moro aqui.

Ou então a pessoa passa informações erradas.
- Ah sim, você vai até o final da rua, vira esquerda, terceira a direita, vai ter um semáforo. Você vira a esquerda, dobra a direita, faz o contorno a esquerda e pronto.
Quando você vai ver, está no mesmo lugar em que você encontrou a pessoa.

Existem alguns casos como o que aconteceu com um amigo meu que estava no interior de Minas Gerais e as duas horas da tarde resolveu fazer uma pergunta para um transeunte.
- Opa, sabe onde tem um lugar pra comer aqui?
O mineiro olhou para o seu relógio e com um suspiro disse.
- Comer? Essa hora?
- Ué, sim, a fome é minha como na hora que eu quiser pô.
- Ah, num tem não.
- Não tem um único lugar em que se possa comer?
- Ah, mas isso não é hora de comer.
- Eu não quero saber se eu como na hora certa ou errada, eu quero saber se tem algum lugar pra comer.
- Ah, talvez ali na padaria.
- Porque você não disse antes?

Ou então dia desses quando eu tentava o milagre de achar um lugar dentro do Jardim Califórnia. Para quem não sabe, o Jardim Califórnia é um bairro cuiabano que foi planejado para ser igual ao labirinto do minotauro. É impossível andar lá dentro. Eu precisava achar um lugar que era do lado do Salão Santa Fé. Por pura sorte conseguir chegar em frente ao Meson Marie Louise e fiz uma pergunta pro segurança.
- Moço, onde fica o Salão Santa Fé?
- Salão Santa Fé?
- É.
- Não tem festa hoje lá não.
- Mas eu não quero ir em festa, lá é só meu ponto de referência.
- Ah sim. Então é só virar aqui a esquerda, é aqui atrás.

E existe o chato atendimento de funcionários do boticário.
- Oi, quero um desodorante.
- Aqui está.
- Obrigado.
- Você não quer a colônia?
- Não.
- O sabonete?
- Não.
- A loção pós-barba? O creme de barbear? O Kit? O spray noturno?
- NÃO!

Comentários

Maíra Matos disse…
Uma vez no subway a mulher me perguntou de quantos cm eu queria. eu: - 15!

Dai pro ricardo, ela afirmou: O seu é 30, né?
Mariana disse…
Hahahha, /cantada pro Ricardo aí de cima!

então, eu desisti do subway a muito tempo, então nem tem muito o que comentar.

E sim, pra ir ao Jardim California (que eu pensava que era o xangrilá - reconheci pelo buffet mencionado) é preciso gps, mapa e avisar os parente que você pode sair e não voltar mais. Aquele bairro foi feito pra confundir a gente.
Adérito Schneider disse…
Na verdade, Cuiabá inteira é uma coisa estranha. Você passa de carro procurando um endereço e não acha. Daí pensa, "vou dar a volta no quarteirão e procurar nessa rua de novo". Mas você vira à direita e a rua vira à esquerda do nada e quando você vê, está perdido em frente a um boteco cheio de xomanos mal encarados.
E nem tente se guiar pela numeração das casas. Aqui em Cuiabá elas são baseadas pelos números de sorte dos moradores ou pela disponibilidade de algarismo na loja de placas.