A arte de ser polêmico

Existem pessoas que conseguem criar polêmica com qualquer coisa. Até com um assunto banal como “Kibe é ou não é salgadinho?”. É lógico que não é, mas, é possível criar um debate polêmico sobre isso. Nesse texto iremos abordar maneiras de ser polêmico. Para que você talvez seja igual ao Diogo Mainardi, que vive disso.

Alguns assuntos têm um grande potencial para criar polêmica. São eles: a música, o futebol, política e as cidades.

Música – Falar mal de uma banda sempre gera polêmica. Pode ser até a polêmica barata como falar “CPM22 é uma merda” ou “NXZero devia ser banido da face da terra”. Logo depois de escrever isso, vários fãs de 14 anos virão dizer “seu merda, faça melhor antes de criticar. Você tem inveja do sucesso deles” ou “você sabia que os discos deles vendem muito? Que eles têm muitos fãs? Que os shows dele vão muita gente?”. Mas isso não é uma polêmica assim.

Falamos de um grau superior. Experimente dizer “Acho Ramones overrated”. Se você falar isso para um amigo fã de Ramones, ele talvez nunca mais fale com você de novo. No meio de um grupo de fãs, você pode apanhar. Em uma comunidade do Orkut você pode sofrer invasão do seu scrapbook. Agora, diga algo como “sério, as músicas deles são sempre iguais, os mesmos acordes, é muito chato” no meio de um show punk. Será o começo de uma nova guerra mundial.

Outras boas frases são “Heavy Metal não é música”. “Raul Seixas era chato pra caralho” ou “Jimi Hendrix era pura masturbação mental na guitarra”.

Futebol – O futebol é uma situação na qual o ser humano fica irracional. Por isso, qualquer coisa vira polêmica. Ainda mais que existem programas de TV especializados em chamar pessoas que só servem para criar polêmica. Basta dizer “acho que o juiz acertou em marcar o pênalti”. Já é uma polêmica.

Política – Vocês sabem que é fácil criar uma polêmica sobre isso. Levante entre os amigos politizados o assunto “Governo Lula”. A conversa jamais irá terminar. Ou irá terminar no momento em que o SAMU chegar para socorrer uma vítima de esfaqueamento. Outros bons assuntos são “José Sarney não tem culpa”, “Ralf Leite foi uma vítima da imprensa” ou “Não deram tempo ao Collor”.

Cidades – Mexer com o bairrismo dos outros é sempre complicado. Qualquer coisa dita sobre uma cidade, estado, país, pode criar polêmica. Um simples comentário como “não achei nenhum restaurante bom em Alto Caparaó” é o suficiente para criar uma manifestação na cidade, e uma resposta sobre a felicidade do povo local e a qualidade da sua comida.

Uma piada sobre o calor em Cuiabá gera polêmica também. Sobre a estrutura da cidade, mais ainda. Imagine então falar algo como “Campo Grande é uma cidade deplorável. Não faria a menor falta para a humanidade se essa cidade nefasta fosse completamente varrida do mapa mundi”. Discussões podem surgir sobre temas como “belezas naturais do Amapá”, “culinária gaúcha”. Aliás, qualquer assunto que tenha gaúcho no meio cria polêmica. Fale que o churrasco gaúcho não é bom, pra você ver.

Agora, comecem a criar polêmica por aí.

Comentários

Mariana disse…
hahaha, faltou só falar de religião. Fih do céu, pensa numa tensão quando junta evangélico e espírita?! Ateu e católico?! Afee... Americano (!) e muçulmano?!
Já saiu guerra (literalmente).

Mas as polêmicas bairristas são insuperáveis pra mim. Tem cidade ruim de doer que discute com a vizinha pra ver quem é melhor. Praia Grande e São vicente; Cuiabá e Varzea Grande.. É só risada. Ou não.
Gressana disse…
Filmes geram polêmica também. Experimente tocar na santidade do Poderoso Chefão. Ou relembrar aos fãs de Star Wars que os episódios I, II e III são ruins.