Grandes nomes da história, 4

Um dos mais peculiares jogadores da história do futebol foi o argentino Pablo Garcia. Ele nunca conquistou nenhum título na carreira. Também não era considerado nenhum craque. Nem sequer foi identificado com algum clube. Mesmo assim ele obteve um recorde impressionante em sua carreira. Disputou mais de 10 copas Libertadores da América consecutivas.

Era só algum time argentino se classificar para o torneio e a primeira contratação era Pablo Garcia. O presidente da equipe justificava a contratação dizendo que sua experiência seria muito importante para disputar o torneio.

Começou a carreira jogando no Boca Jrs, mas foi mandado embora pela sua ruindade. Passou por Argentino Jrs, Neweel’s Old Boys e Velez Sarsfields. Os comentaristas brasileiros sempre o citavam como a arma secreta do time adversário. Jogador rodado e catimbeiro, que entrava no segundo tempo para decidir. Isso, apesar de ele nunca ter marcado nenhum gol na carreira.

Rodou pela América do Sul inteira. Talleres, Peñarol, Colo Colo, Quilmess, Banfield, Independiente de Medelín e Jorge Wilsterman. Não se destacou em nenhuma equipe. Sua participação em uma partida era próxima ao zero, mas o seu bom empresário sempre o encaixava em alguma equipe que disputava a Libertadores. E assim construiu o seu recorde.

Depois de 20 anos de carreira, finalmente todos se deram conta de que ele não jogava nada e, sem clube para jogar, Pablo Garcia resolveu se aposentar. Foi então contratado por uma TV Argentina, para ser comentarista. Afinal, era um jogador experiente e sua falta de identificação com os clubes lhe garantia um ar de neutralidade.

Nos 10 anos em que ele trabalhou na TV, as equipes argentinas não ganharam nenhum título e a Argentina ficou de fora das Copas do Mundo. Chegou a perder para a seleção de São Cristovão e Neves. Os estádios ficaram vazios e então a TV em que Pablo Garcia trabalhava, faliu.

Sem emprego, e com 50 anos de idade, ele resolveu inovar. Virou um bobo de estádio. Ia aos estádios vestindo roupas estranhas e cartazes com dizeres para a TV. Também corria fantasiado em provas de atletismo. Um dia, um jornalista o descobriu e fez uma entrevista com ele. Garcia falava sobre o seu drama, criticava os amigos que o abandonaram.

No dia em que a entrevista sairia no jornal, ocorreu uma grande falta de papel no mundo. O que levou vários jornais a falência. Mesmo assim o jornalista publicou a entrevista em seu blog, e uma comoção nacional foi criada.

Pablo Garcia começou a dar palestrar motivacionais, atividade que ele desempenhava paralelamente a função de bobo de estádio. No entanto suas palestras foram um fracasso. Pesquisas comprovavam que o número de suicídios entre as pessoas que assistiram a palestra, era maior do que no resto da sociedade.

Sem mais dar palestras, Pablo virou temas de reportagens de TV e capa de revistas. Ele era um fenômeno de impopularidade. Mesmo sendo um perdedor em tudo o que fez, ele deu certo em termos. As pessoas discutiam o que o levava a ter tanto azar em tudo o que fazia, mas mesmo assim se mantinha na mídia. Seu azar lhe trazia sorte. Era um vencedor perdedor.

As pessoas discutiram sem parar. Argentinos malucos inventaram igrejas para ele, ele virou um mito. Não teve filhos, nunca se casou. Morreu aos 93 anos e deixou apenas uma dúvidas como o seu único patrimônio.

Comentários

Gressana disse…
Haehahehaehahehaheha!!
Pior que eu!
Thiago Borges disse…
que grande história, creio que o futuro do belletti será parecido