O Festival Planeta Terra 2008

(Antes de começar esse post, gostaríamos de homenagear nosso amigo Zequias, um dos caras que mais influenciam esse blog com seu modo de vida. O Zequias é o único ser humano no mundo que teve a data de nascimento alterada pelo orkut. Um cara que escala rampas, lê livros no celular e tem tudo no seu pen drive. O aniversário do Zequias é para o CH3 como se fosse o natal).

Dia 08 de novembro aconteceu o Festival Planeta Terra em São Paulo, e este que vos fala esteve presente.Viajei um dia antes. No aeroporto, Guilerme e o Cão Leproso estavam lá para se despedir e dar votos de felicidade. Quando eu estava prestes a embarcar, fui surpreendido pelo insuportável Alfredo Chagas, que chegou pra mim, e disse: "Escreva uma resenha do festival pro blog". Falei: "Não vou escrever porra nenhuma." Ele me ameaçou dizendo que se não fizesse, iria bombardear o blog de comentários anônimos. Pensei "Puta Merda." Mesmo sendo uma ameaça idiota, resolvi escrever um texto sobre o festival, no fim das contas. Aqui vai. Tome fôlego, pois o texto é bem longo.

Bem, eu fui lá com o único propósito de ver o Offspring. Era o único show que eu queria de fato ver, então se não quiserem, não confiem nem um pouco no que eu vou escrever. Afinal, esse texto não é profissional e nem tem o intuito de ser. É um texto bem de fanboy mesmo.
O evento ocorria num lugar chamado Vila dos Galpões. Cheguei lá umas 15:30, uma fila imensa, não entendi porque, quando entrei estava bem vazio. Mas só no começo. Depois aquele lugar abrigou cerca de 15.000 pessoas em 12 horas de festival. Uma das coisas boas era que lá você se sentia menos horrível, pois o número de gente esquisita era imensurável. Mas nesse tipo de festival, isso é natural.
O esquema lá era o seguinte: tinha o "main stage", onde iam tocar as bandas conhecidas, o "indie stage", onde iam tocar as bandas que ninguém conhecia e a tenda eletrônica, que como você já deve ter imaginado, tocava música eletrônica.
Fiquei um pouco na praça de alimentação, até começar o primeiro show do festival (no indie stage), que foi Brothers of Brazil, a banda do Supla com o irmão dele. E o show deles foi incrivelmente bacana! Eles tocam um rock bossa nova bem legal, com o Supla na bateria e o irmão na guitarra, fizeram também uns covers de mpb e dos Ramones. Nunca gostei do Supla, acho ele escroto na verdade. Mas a apresentação dele foi muito legal.

Daí teve o show do Vanguart no main stage. Pra quem já viu um show deles, foi o de sempre. Prefiro nem comentar. Procurem aqui no Zona Punk sobre a apresentação deles.
Meia hora depois no mesmo stage tocou Mallu Magalhães. Foi extremamente chato. Pra começar, ela estar ali já era uma grande contradição. A guria tem 16 anos e o festival barrava qualquer um que tivesse menos de 18! Depois de um tempo com ela tocando, o pessoal começou a sair dali. Fiz o mesmo e dei um pulo no indie stage pra ver o que estava acontecendo. Estava tocando uma tal banda que se chama Animal Collective. Obviamente nunca tinha ouvido falar. E preferia nunca ter ouvido. Foi uma experiência horrível. Uma das piores coisas que eu já ouvi na minha vida. Um conjunto aleatório de barulhos eletrônicos e distorções com um vocal lento e pacato. Pode até ser que essa era uma daquelas bandas contemporâneas que fazem um som tão alternativo que meros mortais jamais conseguiriam compreender, mas era uma tortura imensa ficar ali. Tive que sair e voltei pra praça.

Mais tarde ia tocar The Jesus and Mary Chain. Não sou fã, conheço muito pouco, mas fui ver porque a banda ia tocar logo antes do Offspring. A essa altura o lugar já estava pior que um formigueiro. Fui nadando nas pessoas até chegar o mais perto possível do palco. E o show deles foi bacana. Meio dark, o guitarrista quase nunca se virava para o público, mas deu pra aproveitar um bocado, apesar do Guilherme dizer que nos shows eles tocam as músicas dos cds mais chatos.
Então veio o show do Offspring. Logo no começo já dava pra ver que seria a banda com mais público. De 10 pessoas com camiseta de banda, pelo menos 7 eram do Offspring. E realmente, estava entupido de gente na pista. Eu tentei ficar na frente e mal conseguia respirar. Quando começou, foi uma insanidade sem tamanho. Era impossível ficar em um lugar só. Rodas punk eram imperativas. Pirâmides humanas e crowd surf também ocorreram. Não sei como sobrevivi, fui pisoteado, estraguei meus tênis, minha calça e minha jaqueta e teve uma hora que uma mochila voou na minha cara. Era justamente isso que eu queria ver. Como fã, digo que foi um show digno, excelente, com várias clássicas e as melhores novas.

Depois desse show eu estava completamente moído. Descansei durante a apresentação do Bloc Party, que só vi de longe. A polêmica pairava no ar, depois de terem feito playback no VMB. Mas o vocalista de nome engraçado se desculpou e prosseguiu com o show. Não conheço nenhuma música deles, então depois de descansar fui balançar o esqueleto na tenda eletrônica, onde pude pôr em prática a dança do robô.

Por volta da 1:30 da manhã o Kaiser Chiefs começou a tocar. Também não conheço quase nada deles. Só uma música chamada Ruby, porque tem ela no Guitar Hero 3. Enfim, a essa altura o pessoal já tinha debandado bastante, ficaram mais os fãs ali. O vocalista estava completamente bêbado e ficava tentando falar umas frases em português que ele tinha anotado num papel. Toda hora ele tentava falar que o tecladista era um herói dizendo "ili i um heroi", por causa da operação do apêndice dele. E também falava bastante "somos Kaiser Chiefs". Depois de um tempo ali eu já não agüentava mais, queria deitar no chão e dormir. Estava quase morto, afinal já estou ficando velho e não tenho mais aquela resistência típica dos mais jovens.

Enfim, o festival valeu a pena. Só consegui recuperar minha voz hoje. Tiveram outros shows também, mas pra falar a verdade, ninguém liga pra eles. Um dos momentos mais quentes do evento foi o Noodles, guitarrista do Offspring que antes de tocar Self Esteem, a última música, fez uma homenagem a nosso querido Ronaldo:

Comentários

Guilherme disse…
Olha, nesse texto deu pra perceber que você mostrou muito pouco conhecimento sobre os termos musicais como: post-music, noise-pop, bossa-rock, scream-pseudo-new-hi-fi e psycho-punk-maionese.

E eu vou dizer: é normal pessoas esquisitas nesses shows. É só se lembrar daquele grito rock, que tinha uns moicanos de saia e suspensórios.

Faltou uma tenda sertaneja e outra de pagode no festival.
Thiago Borges disse…
massa cara, cmo o guilherme nisse, nesses shows o esquisito é ser normal, mas pra mim o esquisito é a música do supla ser boa.