Diário de um criminoso

Há quem costuma dizer que a vida não é gentil com todos. No meu caso, eu não sou gentil com a vida. Meu nome é Carlos Rosenberg. Eu sou um criminoso. Fui preso várias vezes. Estou foragido da justiça por uma lista de crimes do tamanho do seu braço. Não espere misericórdia de uma pessoa como eu. Uma mente criminosa.
Cada dia que eu respiro é uma guerra contra a vida. E eu estou ganhando. Estou prestes a relatar um dia de batalha. Um dia de minha vida. Deixo claro desde já que minha história não é para os fracos. Portanto, se você é daqueles que no cinema, fecha os olhos nas cenas mais brutais, pare de ler aqui. Se você quer saber como vive um criminoso profissional todos os dias e está disposto a correr os riscos, continue, ciente de que talvez você nunca mais será o mesmo:



Ontem eu acordei tarde. Não sou do tipo que pratica hábitos saudáveis pela manhã. Nada de malhar ou caminhar pelo parque, nada de café da manhã com leite e frutas. De manhã eu como batata-frita com coca-cola. E passo ketchup nela.
Sem ter o que fazer pela manhã, peguei o telefone para ligar para minha garota e marcar um encontro mais tarde. Estava ocupado. Então resolvi discar um número qualquer. E passei um trote. Incrível como as pessoas ainda caem no trote do fusca verde. Aquilo me deu um prazer doentio, e fiquei a manhã inteira passando trotes.
Chegou a hora do almoço, fui a um restaurante próximo de minha casa. O garçom que me serviu parecia ser uma boa pessoa. Pensam que eu dei gorjeta para ele? Não. Nem um centavo. Pobre sujeito. Se eu fosse capaz de sentir remorso, com certeza estaria sentindo agora.
Me preparei para ir trabalhar em seguida. Sim, até um criminoso como eu tem um emprego. É difícil esconder meu passado, mas com esforço eu consigo. Peguei meu carro e na rua, ultrapassei um sinal vermelho. Atrapalhei o bom funcionamento do trânsito e isso não me afetou em nada. Continuei dirigindo como se nada tivesse acontecido.
Desci do carro, peguei um chiclete. Joguei o papel no chão. Poluí o ambiente que eu vivo. Deixei aquele papel no chão para as futuras gerações. Entrei no trabalho, meu chefe como sempre me aporrinhando. Às 16:00 ele me cobrou um relatório. Senti tanta raiva do cretino que atrasei o relatório de propósito. Eu poderia ter entregue às 16:30, mas ao invés disso entreguei só às 17:00.
Finalmente o expediente chegou ao fim e fui encontrar minha garota. Dei flores pra ela, e ela se encantou muito com a surpresa. Mal sabe a pobre coitada que eu havia roubado as flores do jardim de meu vizinho. Depois do encontro, lembrei-me que tinha marcado uma partida de pôquer com os colegas. Dei uma passada no supermercado para comprar algumas bebidas e aperitivos. A fila estava enorme. Sem pensar, entrei na frente de dois clientes. Isso mesmo, furei a fila!! Sem dó, sem me importar com ninguém, passei na frente das pessoas!
Pra completar, durante o jogo de pôquer, roubei sem escrúpulos. Trapaceei profissionalmente, de um jeito que só uma mentre doentia poderia. Cartas na manga era o mínimo. Vocês não fazem idéia.
Cheguei em casa já era 1:30 da manhã. Fui pra cama sem escovar os dentes. Só de pensar que o dia seguinte seria tão terrível quanto esse, quase senti um frio na barriga. Tenho pena de quem cruzar meu caminho.


Eu... Eu sou mau.

Comentários

Guilherme disse…
que eu nunca encontre esse cara.

Flamenguista, além de tudo.
Thiago Borges disse…
você é a doença que abomina o stallone cobra
silas disse…
não entendi. Você passa ketchup na batata ou na coca ?