"A WOMAN'S EYE WILL SHED A TEAR TO SEE HIS FACE SO BEATEN IN FEARAN' IT WAS JUST AROUND THE CORNER IN THE ENGLISH CIVIL WAR"
Nosso correligionário Gressana abordou superficialmente a campanha eleitoral de 2004. Pois bem, um fato histórico como este merece um post maior no CH3.
No ano de 2004 nós tivemos Olimpíadas (para não perder a oportunidade de falar nesse assunto tão procurado), George Bush e John Kerry disputavam as eleições presidenciais estadunidenses, o Orkut foi criado e aconteceram atentados terroristas em Madrid. Mas estes são fatos de uma relevância nula, perto do grande acontecimento deste ano: as eleições municipais de Cuiabá.
Os nomes que pleiteavam o cargo de prefeito naquele ano eram Alexandre César do PT, Wilson Santos do PSDB, Sérgio Ricardo do PPS e Totó Parente do PMDB. Também tinha o lendário Manoel Olegário do PTdoB (acho), que tinha uma campanha interessante. Ele ia aos cemitérios, reclamar que os defuntos estavam abandonados.
O Alexandre tinha tido uma boa votação na eleição pra governador, o Wilson Santos tinha o apoio do ex-governador Dante de Oliveira, Sérgio Ricardo era apoiado pelo então prefeito Roberto França. Já o Totó era o criador do passe livre. Ninguém sabia de outra coisa feita por ele.
O primeiro turno foi uma chatice. Todo mundo prometia a mesma coisa. Polícia Comunitária, reformar hospital e acabar com a Bispo. Era impressionante, todos os candidatos faziam programas querendo acabar com a estação da Bispo. Ninguém queria manter ela.
Wilson Santos passou em primeiro com Alexandre César em segundo. Sérgio Ricardo liderou boa parte da campanha, mas acabou ficando para trás.
E foi ai então que a coisa realmente ficou interessante. As primeiras pesquisas indicavam que Alexandre César tinha cerca de 20 pontos percentuais de vantagem sobre Wilson Santos. O debate estava morno, com o petista caminhando para a vitória. Até que o candidato tucano teve uma idéia suja. Contratou o garoto propaganda da City Lar e colocou um velhinho falando que o Alexandre César tinha tomado a casa dele.
Diante da acusação, o petista negou tudo e disse que não voltaria mais a tocar nesse assunto. O Wilson continuou baseando sua campanha em colocar um velhinho na TV dizendo que foi sacaneado. E todo dia o Alexandre César dizia que era mentira e não voltaria a tocar nesse assunto em respeito ao eleitor. Passou cerca de uma semana dizendo que não ia mais falar disso. E que não usaria artifícios tão sujos para ludibriar a população.
As pesquisas começaram a mostrar que a diferença entre os dois estava caindo. E então o Alexandre César resolveu colocar uma imagem do Wilson Santos condecorando o Arcanjo e falando que ele era um orgulho de Mato Grosso (ou algo assim). Travou-se uma guerra de liminares, as propaganda eleitorais ficaram cheias de buracos, com dizeres que o Tribunal Eleitoral havia vetado a propaganda.
E a guerra mesmo foi travada nas ruas. Os bandeiraços terminavam em pancadaria. Os partidários dos candidatos armavam emboscadas. Petistas e tucanos andavam de lados opostos das ruas. Nas ruas, na chuva, na fazenda ou nas casinhas de sapê os eleitores falavam com uma paixão quase clubística. O exército já estava pronto para intervir, porque a guerra civil era iminente.
No dia da eleição, A Gazeta colocou uma pesquisa dizendo que o Wilson Santos ganharia. A única que apontou isso. Todo mundo pensou “claro, a gazeta é a favor dele”. Mas, eles acertaram. Isso deu motivos para que eles fizessem propagandas sobre sua credibilidade durante anos.
A Guerra não aconteceu, o Wilson ganhou, e nos temos a certeza de que nunca mais teremos eleições assim. Bons tempos.
Nosso correligionário Gressana abordou superficialmente a campanha eleitoral de 2004. Pois bem, um fato histórico como este merece um post maior no CH3.
No ano de 2004 nós tivemos Olimpíadas (para não perder a oportunidade de falar nesse assunto tão procurado), George Bush e John Kerry disputavam as eleições presidenciais estadunidenses, o Orkut foi criado e aconteceram atentados terroristas em Madrid. Mas estes são fatos de uma relevância nula, perto do grande acontecimento deste ano: as eleições municipais de Cuiabá.
Os nomes que pleiteavam o cargo de prefeito naquele ano eram Alexandre César do PT, Wilson Santos do PSDB, Sérgio Ricardo do PPS e Totó Parente do PMDB. Também tinha o lendário Manoel Olegário do PTdoB (acho), que tinha uma campanha interessante. Ele ia aos cemitérios, reclamar que os defuntos estavam abandonados.
O Alexandre tinha tido uma boa votação na eleição pra governador, o Wilson Santos tinha o apoio do ex-governador Dante de Oliveira, Sérgio Ricardo era apoiado pelo então prefeito Roberto França. Já o Totó era o criador do passe livre. Ninguém sabia de outra coisa feita por ele.
O primeiro turno foi uma chatice. Todo mundo prometia a mesma coisa. Polícia Comunitária, reformar hospital e acabar com a Bispo. Era impressionante, todos os candidatos faziam programas querendo acabar com a estação da Bispo. Ninguém queria manter ela.
Wilson Santos passou em primeiro com Alexandre César em segundo. Sérgio Ricardo liderou boa parte da campanha, mas acabou ficando para trás.
E foi ai então que a coisa realmente ficou interessante. As primeiras pesquisas indicavam que Alexandre César tinha cerca de 20 pontos percentuais de vantagem sobre Wilson Santos. O debate estava morno, com o petista caminhando para a vitória. Até que o candidato tucano teve uma idéia suja. Contratou o garoto propaganda da City Lar e colocou um velhinho falando que o Alexandre César tinha tomado a casa dele.
Diante da acusação, o petista negou tudo e disse que não voltaria mais a tocar nesse assunto. O Wilson continuou baseando sua campanha em colocar um velhinho na TV dizendo que foi sacaneado. E todo dia o Alexandre César dizia que era mentira e não voltaria a tocar nesse assunto em respeito ao eleitor. Passou cerca de uma semana dizendo que não ia mais falar disso. E que não usaria artifícios tão sujos para ludibriar a população.
As pesquisas começaram a mostrar que a diferença entre os dois estava caindo. E então o Alexandre César resolveu colocar uma imagem do Wilson Santos condecorando o Arcanjo e falando que ele era um orgulho de Mato Grosso (ou algo assim). Travou-se uma guerra de liminares, as propaganda eleitorais ficaram cheias de buracos, com dizeres que o Tribunal Eleitoral havia vetado a propaganda.
E a guerra mesmo foi travada nas ruas. Os bandeiraços terminavam em pancadaria. Os partidários dos candidatos armavam emboscadas. Petistas e tucanos andavam de lados opostos das ruas. Nas ruas, na chuva, na fazenda ou nas casinhas de sapê os eleitores falavam com uma paixão quase clubística. O exército já estava pronto para intervir, porque a guerra civil era iminente.
No dia da eleição, A Gazeta colocou uma pesquisa dizendo que o Wilson Santos ganharia. A única que apontou isso. Todo mundo pensou “claro, a gazeta é a favor dele”. Mas, eles acertaram. Isso deu motivos para que eles fizessem propagandas sobre sua credibilidade durante anos.
A Guerra não aconteceu, o Wilson ganhou, e nos temos a certeza de que nunca mais teremos eleições assim. Bons tempos.
Comentários
é, acho que campanha como aquela não terá mais mesmo!