Outras paradas*

*Paradas, no caso, são desfiles, não gíria.

As paradas, tecnicamente, são marchas em prol de uma causa. A mais conhecida no mundo inteiro é, com certeza, a parada gay, que vem se mostrando um sucesso de marketing a cada ano. Lá os gays soltam a franga, se vestem ridiculamente e dão a bunda. É mais ou menos como uma torcida do Corinthians assistindo um jogo juntos. No dia da parada, se você por acaso faltar a aula ou chegar tarde no trabalho, prepare-se. Vai ser zoado o resto da vida, mesmo se você ficou em casa doente ou tirou o dia de folga pra ir ao campo. Também, se você for visto lá, não adianta inventar desculpas tipo "meu carro quebrou bem naquela rua", ou "é que eu apóio as minorias".
A Marcha da Maconha é um exemplo recente de outra parada. Obviamente ela foi proibida ou estava cheio de policiais no local, mas provavelmente isso já era previsto pelos organizadores. Mas tirando essas paradas, ainda há outras menos conhecidas. É sobre elas que vamos falar hoje.


Parada hétero: É uma contra-partida da parada gay. As pessoas desfilam vestidas normalmente e pregam pela valorização da heterossexualidade. Elas alegam que o homossexualismo está super-valorizado, fazendo seu crescimento aumentar em progressão geométrica. Não é muito divulgada pois os gays vêm travando uma luta contra a parada, dizendo que se trata de preconceito. Os heterossexuais contra-argumentam. "Não somos homofóbicos, só estamos defendendo nossa sexualidade. Se todo mundo virar viado, a espécie humana entra em extinção, pô!", disse o porta-voz do movimento, Aderbal Pedreira, que depois cuspiu no chão e coçou o saco. Devido a essa disputa, a parada hétero só aconteceu uma vez. E eu não vi você lá, hein.

Parada do poder branco: Mais comum nos EUA e Alemanha, mas vem ganhando força na Inglaterra, Brasil e Austrália. Neo-nazistas, skin heads, arianos auto-proclamados e outros simpatizantes da causa, vestem-se de fantasma, colocam fogo numa cruz e saem por aí pregando a extinção dos negros, judeus e aleijados. Eles alegam que têm um ideal, que imaginam um mundo mais feliz e mais vivo, um mundo puro como a cor branca. Mas pra isso, eles precisam exterminar algumas raças. Obviamente ninguém iria deixar um grupo desse naipe se manifestar. Certa vez, representantes do poder branco organizaram uma passeata nacional através da internet e foram impedidos pela polícia. A maioria foi presa e espancada. Um dos líderes comenta: "Isso é um gravíssimo ataque ao direito de liberdade de expressão! Não só nosso, mas de cada um que acredita em algo!"

Parada emo: Um jornal britânico anunciou o resultado de uma pesquisa inédita: Os emos são mais discriminados do que os gays. Quando souberam do resultado, os emos do país choraram e decidiram organizar também uma parada. Mandaram scraps no orkut de emos do país todo anunciando o desfile, dia 24/05, com saída na frente da Galeria do Rock. O evento reuniu algumas centenas de emos pelas ruas. O problema é que a parada emo cruzou com a parada metaleira, que coincidentemente aconteceu no mesmo dia. Houve um embate e a maioria dos emos foi massacrada. Cogitou-se também na comunidade indie organizar uma, mas não viram necessidade, já que a parada emo já tinha acontecido, não precisaria de dois desfiles pra mesma coisa.

Parada nerd: Acontece todo ano, mas não é um desfile, são convenções como a New York Comic Con, a AnimeFriends, a Fest Comix e o Jedi-Con. Lá se fala de quadrinhos, Star Wars, video games e mulheres, embora o conhecimento dos participantes nesse último tópico seja apenas teórico. E eu sei que você foi porque eu te vi lá!

PS: Antes que alguém venha esculhambar nos comentários e nos chamar de fascistas, gostaríamos de deixar claro que não apoiamos (na verdade, repudiamos) grupos nazi ou que expressem qualquer tipo de preconceito. Creio que isso deve ter ficado bem claro no post, mas sabe como é, sempre tem algumas criaturas que não entendem.

Comentários

Thiago Borges disse…
Bem, como estudante de comunicação eu tive que partipar da parada nerd né, é o local ideal para analisar os discursos formadores da subjetividade nos games e quadrinhos.
Guilherme disse…
Bem, essas paradas ai... Qualquer dia vai ter... sei lá, parada das pessoas que usam camisas bege. Ou parada dos pedófilos.
Laïse disse…
aposto que vocês não sabiam que tinha parada hetero de verdade. u.u

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u305080.shtml
Gressana disse…
Sabíamos. Também sabíamos da existência da parada do poder branco. Mas a gente se inspira nelas pra escrever merda.